Aulas estão paralisadas há mais de uma semana. Servidores da Educação, motoristas e demais servidores reivindicam pagamento integral de salários em atraso.
Nesta quinta-feira(13/10) a Prefeitura Municipal de Monte Santo, distante 350 Km da Capital, foi ocupada por professores e outros servidores públicos da rede municipal. Em protesto, os manifestantes começaram a se organizar logo pela manhã nas proximidades da Prefeitura e realizaram uma passeata pelas principais ruas da Cidade, juntamente com pais, alunos e outros segmentos de servidores do Município, insatisfeitos com o tratamento que vêm recebendo da Administração, para reivindicar o reajuste salarial, o pagamento dos salários atrasados e também contra os “cortes” das gratificações dos Educadores.
Um grande movimento organizado pela APLB-Sindicato, juntamente com pais, alunos e membros da comunidade escolar em geral, representados por pessoas de várias localidades do Município e também da Sede começou a tomar forma logo pela manhã quando alguns professores já ocupavam o prédio da Prefeitura Municipal, ocasião em que a Diretoria Sindical se reunia com dois Secretários do Município com a finalidade de esclarecer os reais motivos que levaram Monte Santo na semana imediatamente seguinte às eleições a praticamente parar todas as atividades na área de Educação.
Como num efeito dominó, não demorou e as Escolas começaram a receber avisos dos motoristas de ônibus escolares de que poderiam parar o transporte de alunos, isso em razão da suspensão da distribuição de combustíveis para abastecimento dos veículos, mas a coisa não parou por aí. Algumas Escolas da Zona Rural interromperam suas atividades porque ficaram sem abastecimento de água potável pelo mesmo motivo.
Associado a esses fatos, após o quinto dia útil do mês de outubro que legalmente é o prazo para pagamento dos servidores e o mesmo não se consolidou, já se sabia que alguma situação muito grave estaria ainda por vir.
Os motoristas pararam de transportar alunos e água potável para as Escolas. Em consequências muitas Unidades Escolares ficaram com um número de alunos muito pequeno, inviabilizando a ministração de aulas pelos Professores e por fim, com a falta do pagamento dos salários os Professores foram convocados pelo Sindicato para uma Assembléia Geral na segunda-feira(10/10) onde deliberaram pela paralisação de todas as atividades letivas até a apresentação de soluções para o impasse. Assim, milhares de alunos estão sem aulas desde o dia 10 de outubro.
Os manifestantes, centenas deles, fizeram a pé o trajeto da Prefeitura até a Câmara Municipal que fica na saída para Euclides de Cunha onde outro grupo também numeroso já aguardava nas imediações da Câmara o início da Sessão Ordinária que é realizada toda quinta-feira e então uma parte conseguiu entrar, porém por ser uma grande multidão a maior parte dos servidores ficou do lado de fora, sempre de modo organizado com faixas, cartazes e gritando palavras de ordem, não se registrando qualquer tumultuo, havendo segurança no local.
Ainda segundo o Sindicato, estiveram hoje na Promotoria Pública de Monte Santo onde foram informados de que o Promotor teria intimado o Prefeito Municipal para prestar esclarecimentos nesta terça-feira (18/10) e que na quarta-feira (19/10) receberá os representantes do Sindicato para informar quais providências foram adotadas e que o movimento continuará com a ocupação do prédio da Prefeitura na segunda-feira (17/10).
Caos na Educação
Após as eleições municipais 2016 instalou-se um caos sem precedentes no Município de Monte Santo por conta de uma série de fatores que já vem se arrastando desde gestões passadas, acumulando problemas de toda ordem.
Segundo informações da APLB: "A categoria hoje exige que sejam resolvidas as seguintes questões, sem as quais não seria possível retornar às atividades: - pagamento dos transportes escolares, bem como o fornecimento de combustível; - o fornecimento de água para consumo em várias escolas da zona rural; - pagamento dos salários dos professores (esse inicialmente proposto ser pago em parcelas até que houvesse novos recursos); - volta das atividades dos Estagiários do IEL, responsáveis por realizar atividades de auxílio em classe e realizar a Reserva Técnica dos professores do primário. Até o momento, a única explicação dada é a de que a Prefeitura não dispõe mais de recursos para solucionar tais problemas, mas está difícil até o momento explicar à categoria como chegou a esse ponto, já que, segundo consultas realizadas nos sites dos Órgãos competentes, os repasses do Governo Federal vêm ocorrendo regularmente. De acordo com o TCM, a despesa com o FUNDEB até o mês de Julho foi de R$ 21.086.175,00 (vinte e um milhões, oitenta e seis mil, cento e setenta e cinco reais ) e a entrada, de acordo com o site do Banco do Brasil, foi de R$ 21.243.091,14 (vinte e um milhões, duzentos e quarenta e três mil, noventa e um reais e quatorze centavos) ou seja, segundo as análises do Sindicato, não há razão para o não pagamento."
Como foi dito nos pronunciamentos de alguns Vereadores que compareceram à Sessão da Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (13/10), especialmente aqueles comprometidos com a verdade que deram a sua parcela de contribuição para o esclarecimento, ainda que em parte à população, da real situação do Município, razão pela qual o Setor de Educação simplesmente parou de funcionar.
Primeiramente falou a Senhora Alexandra, Presidente da APLB-Sindicato sobre a situação que vem sendo debatida desde o início dessa Gestão onde na Casa da Cidadania, teve oportunidade de ser ouvida em nome da Classe dos Professores. Esclareceu a Senhora Alexandra que é gritante a situação, quando os professores já tiveram de se sujeitar a não receber uma parte dos seus direitos, valor maior que um milhão de reais, cujo valor retido de pouco mais de trezentos mil espera ainda esteja na conta em favor dos interessados que moveram processo judicial e esperam pronunciamento da Juíza da Comarca de Monte Santo.
Bastante esclarecedores os pronunciamentos da Vereadora Silvania Matos quando frisou bem que o problema que agora se desencadeou nesse quadro sem precedentes já vem de somatórios de gestões anteriores e num tom de desabafo chegou a dizer que vinha demonstrando nos seus pronunciamentos como Vereadora na Tribuna que isso fatalmente aconteceria se não houvesse compromisso de pelo menos dez dos quinze Vereadores e que precisou se candidatar para poder levar sua voz a mais pessoas em todo o Município.
O Vereador Laerte do Vando mostrou-se solidário com a causa do professorado e foi mais além ao se sensibilizar com a situação dos alunos que encontram-se sem aulas, mas que é legitima a reivindicação da APLB-Sindicato em favor dos Professores e demais funcionários da Educação em procurar os Vereadores em busca de respostas já que o Secretário de Educação nem o Executivo se prontificava a comparecer à Câmara para dar explicações plausíveis aos interessados e nem mesmo à Senhora Presidente.
Na qualidade de Professores se pronunciaram os Vereadores Rodinei Tolentino e Cleber do Regi que também mostraram-se bastante solidários à causa dos professores e indignados com o quadro que se instalou com difícil reparação de imediato.
O Vereador Dominguinhos, ainda que não seja do seu feitio usar a tribuna com frequência o fez e também demonstrou sua indignação com a situação de ver escolas fechadas por falta de professores e funcionários das Escolas e os motoristas dos transportes dos alunos sem pagamentos, e tantos alunos sem aulas.
Confira o Vídeo da Manifestação
Cooperativa de Produtores Reclamam atrasos nos salários
Confira a Cobertura da Manifestação
Fonte: MonteSanto.net
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