Ele é um cometa tipo Halley. O nome não tem relação com algo maligno, alerta o Observatório Nacional
Cometa do Diabo. Foto: Dan Bartlett/Astronomy Picture of the Day
O cometa 12P/Pons-Brooks, mais conhecido como “Cometa do Diabo”,
poderá ser visto no Brasil e no restante do Hemisfério Sul neste domingo
(21). O objeto demora cerca de 71,3 anos para completar uma volta em
torno do Sol.
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No dia 21 de abril, ele ficará mais visível, pois estará no ponto
mais próximo do Sol. Desde o dia 7 de abril, observadores estão
acompanhando a passagem do corpo celeste na Região Nordeste, já que os
estados localizados mais ao Norte do país serão os primeiros a ver o
cometa no céu.
De acordo com o astrônomo do Observatório Nacional, Filipe Monteiro,
não será possível ver o Cometa do Diabo a olho nu por causa da
intensidade do brilho, o que não pode ser previsto. Desta forma, é
preciso usar aparelhos, como binóculos e telescópios. O melhor horário
para observação será entre 17h40 e 18h30.
“Os observadores deverão olhar para o horizonte oeste, na mesma
direção do pôr do sol, para ver o cometa. O cometa está visível logo
após o pôr do Sol, primeiramente abaixo da Constelação de Touro, e a
partir de maio, abaixo da Constelação de Órion, sempre por volta das
17h40 às 18h30. A maior dificuldade será encontrar um lugar com o
horizonte oeste livre, visto que o cometa está muito baixo no céu, numa
altura de cerca de 15 graus”, explica o astrônomo.
Por que é chamado de “Cometa do Diabo”?
O 12P/Pons-Brooks é um cometa tipo Halley, ou seja, de curta duração
entre 20 e 200 anos (os de longa duração podem existir por milhares de
anos). Foi descoberto a primeira vez, em 1812, pelo francês Jean-Louis
Pons. Depois, em 1883, foi redescoberto de forma independente pelo
inglês William Robert Brooks.
O nome Cometa do Diabo surgiu somente em 20 de julho de 2023 após
registros feitos pelo astrônomo Elek Tamás, do Observatório Harsona na
Hungria. O nome não tem relação com algo maligno, alerta o Observatório
Nacional. O cometa também é comparado à nave Millennium Falcon, da
franquia Star Wars, por aparentar ter “chifres” em seu formato. Por
isso, astrônomos estão investigando como os tais “chifres” surgiram.
“Uma das hipóteses, por exemplo, é a de que o cometa esteja expelindo
gás e poeira de forma desigual. Talvez haja uma área da superfície que
não está liberando vapor, enquanto as áreas de cada lado estão
sublimando gelos. Ou talvez seja um efeito de sombra, onde material mais
denso ou até a topografia no centro do cometa parece bloquear parte do
material brilhante atrás dele do nosso ponto de vista”, diz a nota do
órgão.
Cometas são objetos compostos por gases congelados, rocha e poeira.
Quando se aproximam do Sol, se tornam ativos porque o calor aquece o
cometa e o gelo se transforma em gás. A partir daí, uma nuvem é formada
ao redor do cometa, chamada de coma.
*Com informações do Observatório Nacional.